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Quebra de Princípios
A Mulher e o Dragão
Na verdade, [que já] os fundamentos se transtornam; que pode fazer o justo?
Sl. 11:3
Um evento que marcou o início da minha trajetória ministerial ocorreu na construção de um novo templo sede que estava sendo edificado em um local de topografia extremamente irregular, cuja faixada do prédio se apoiava na parte superior junto à rua, e todo o restante da construção se alicerçava em pontos estratégicos do íngreme barranco, sendo que todos estes se entrelaçavam por vigas de concreto armado em ferro de alta resistência, por precaução, dimensionados a maior do que o requerido na planta.
No entanto, em meio à construção, houve mudanças administrativas, e o novo líder, que assumiu também a continuidade da construção, decidiu adicionar uma nova escada com mais uma porta de acesso na lateral oposta, quando para tanto mandou cortar a viga de concreto que interligava os fulcros que suportavam a parte de traz do prédio, onde se concentrava o maior peso, mas que representava..., obstrução da vontade.
Apesar das reuniões deliberativas que desestimulavam a ideia, e contraposição dos engenheiros, a viga foi cortada, a ideia do novo líder foi implantada, e..., em menos de dois anos surgiram enormes rachaduras em diferentes locais do prédio que, apesar de todas as intervenções que tentam dirimir a continuidade do dano, além da aparência desagradável e desconfortável, perpetuaram-se os riscos de uma tragédia.
Um belíssimo templo, de uma arquitetura futurista muito bem pensada e desenhada, construído a partir dos melhores materiais e a planta assinada por engenheiros gabaritados, mas..., comprometido pela vontade de alguém que propunha flexibilidade de acesso.
Um fato da vida cuja conjectura remete para o que tange à construção da obra do reino de Deus na terra, que, em parâmetros semelhantes, está sendo edificada em um terreno de “condições geológicas” desfavoráveis, quando os fundamentos devem estar indiscutivelmente sujeitos aos critérios da “planta”, sem espaço para pretensões humanas, e cujo “engenheiro” não admite reformulação de projeto.
OBJETIVO DO ARTIGO
Do título deste artigo, que trata de um modismo contemporâneo, a quebra de princípios, e em se tratando dos elementos que regem a constituição religiosa evangélica, quando da premissa da sua etimologia, a proposta é apontar a razão do enfraquecimento espiritual vivido em âmbito universal, uma condição que, no Brasil se arrasta desde o final da década de oitenta do século passado e que se acentua na atualidade.
É importante enfatizar que [enfraquecimento espiritual] é uma referência a condição de assemelhamento entre o mundo e a igreja, e não pode ser confundido com os atuais moveres espirituais integrados ao sistema religioso evangélico corrente, com seus movimentos corporais e toda sorte de estrebuchamentos resultantes das diferentes formas de mantras evocativos e sugestionamento, chamados de “Vinho Novo” entre outros, que não caracterizam avivamento por estar em oposição ao que diz Paulo aos Romanos quando trata do formato do culto que deve ser..., (Rm. 12:1 [...] racional).
A SÉTIMA CARTA DO Apocalipse
Se a sétima carta do apocalipse, destinada à igreja de Laodicéia, mas, segundo o melhor entendimento de eruditos e estudiosos, é uma referencia ao estado da igreja que verá o arrebatamento, então, pode-se afirmar sem medo de errar que os tais moveres espirituais dos nossos dias, expressa a mornidão de gente que, da condição [nem frio nem quente], não queima e nem gela como efeito do que se propõe, mas se amolda e, como tal se predispõe à repugnância do próprio Cristo.
Acontece que toda condição resulta de uma precondição, quando vem à tona a razão deste artigo que aponta na construção de um prédio, a vontade de um homem sobreposta ao que se estabelecia nas plantas com suas diretrizes firmadas por engenheiros, porquanto aquele homem, detentor de alto poder de persuasão pela posição hierárquica, acreditava que, mais importante do que a solidez da estrutura era a flexibilidade de acesso.
Desta conjectura, observa-se que, em semelhança de parâmetros, a estrutura de fundamentos da construção da obra do reino de Deus na terra vem sofrendo esfacelamento, fazendo-o condescendente não obstante as diretrizes constantes nas plantas da obra.
Desejam-se duas portas. Uma “pode ser estreita”, como requerido na planta, conquanto, da vontade de se dar acesso a quem “quer entrar”, mas não pela porta original, haja obrigatoriamente uma abertura no lado oposto, o que, suplantando a planta, força fragmentar a viga que interliga as sapatas de sustentação e expõe o conjunto a rupturas.
Isto ocorre porque, em demérito ao texto... [...] A minha casa será chamada casa de oração. [...](Mt. 21:13a) parte (expressiva) dos “mestres de obra” da atualidade estão empenhados em converter a casa de Deus [...]em covil de ladrões. (Mt. 21:13b), para satisfação da ganância imperante, quando para tanto, princípios fundamentais são quebrados.
E não é de agora que a “planta” desta obra sofre adulteração, haja vista as manchetes nas diferentes mídias que apontam o estado calamitoso e decadente espiritual em países que outrora foram redutos missionários, ardentes disseminadores do evangelho genuíno, mas que nalgum momento deixaram-se influenciar pela vontade daqueles que propunham a ampliação da acessibilidade, para tanto cortando vigas. ** Países onde grandes templos se esvaziaram, primeiramente da sua premissa e, como reflexo, os fiéis tornaram-se agnósticos ou até ateus absolutos, e logo os prédios, apesar da estética arquitetônica de perfil específico, foram transformados em museus de atração turística entre outros propósitos como, bares e restaurantes ou casas de show e até boates.
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Holanda, Berço da reforma Protestante - https://www.paulopes.com.br/2010/10/com-44-de-ateus-holanda-usa-igrejas.html
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Suécia, país de origem de Daniel Berg e Gunnar Vingren - https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-pais-com-mais-ateus-no-mundo/
Os Estados Unidos da América, até poucos anos atrás tido como um país evangélico majoritário, nascedouro de um grande movimento pentecostal que em sua origem, por efeito daquele agir do Espirito Santo, motivava os adeptos do movimento ao abandono da paridade com o mundo natural para aderir à verdadeira santificação, agora um dos últimos em estado de decadência espiritual, cada vez mais substituindo os critérios do evangelho de Cristo por ocultismo e toda sorte de feitiçarias, afeiçoando-se deliberadamente ao satanismo, que para contrapor ensino cristão cria curso para crianças e jovens em escolas, como resultado explícito da quebra de princípios, quando da vontade de se facilitar o acesso, se tornou conivente com os padrões da modernidade, e..., para engrossar as fileiras em decadência, em se tratando de uma nação aclamada por ícone de referência, exporta o conceito inclusive para o Brasil.
Como aconteceu em todas as nações decadentes espirituais, e algumas já absolutamente alienadas do conhecimento de Deus, toda tragédia começou quando princípios foram-se quebrando. Limites foram sendo retirados. Marcos que, mesmo não havendo ordenanças especificas a respeito, oferecia maior dimensionamento às vigas, o que, além não representar prejuízo, assegurava maior estabilidade e propunha caráter de identidade.
Não removas os marcos antigos que puseram teus pais.
Pv. 22:28
Todavia..., da vontade de “aumentar o rebanho”, (Jó 24:2), lideres com ideias inovadoras quebraram princípios quando sugeriam que, se determinados “marcos” seriam mera expressão de distintivos identificadores, não haveria necessidade de existirem, para não imprimir “legalismo” e nem “constranger almas” que eventualmente desejassem adentrar o aprisco, abrindo-se então portas mais “ecléticas”. (Ez. 34:2)
Acontece que [princípios], não existem para superdimensionar estruturas, mas especificamente estabelecem que, [todo fim tem um começo], e que os meios interligam as extremidades. Logo, quando princípios são quebrados, os meios perdem a tensão expondo os fins à tragédia.
O grande perigo consiste em que, concernente ao que aqui se está propondo, aqueles que sugerem quebra de princípios, não o fazem abruptamente, mas, sutilmente desintegram os elementos com ações dissimuladas,
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...às vezes “despregando” os “limitadores antigos”, (Jr. 5:12 Negam ao Senhor, e dizem: Não é ele; [...]).
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...outras vezes fingindo não percepção de pecado (Os. 4:8 Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente).,
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...ou então, via belos discursos impondo valor enfático à “escada e porta do lado oposto” (2 Pe. 2:18 [...]engodam com as concupiscências da carne, [...] ** 2 Pe. 2:19 Prometendo-lhes liberdade, [...])
...para atrair gente que “quer a benção de Deus”, mas não quer submeter-se ao Deus da benção. Igualmente, também não “assustar” os conservadores tradicionais que, de toda a forma, pela desintegração paulatina, sofrerão cauterização da mente e, então passarão a acreditar que as rachaduras são adornos do edifício.
MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
**pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,
1 Tm. 4:1 e 2
Da observância do ministério de Jesus, predita de modo explicito pelo profeta Isaías que o apontava como Maravilhoso conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, nem por isso digno de credibilidade, de acordo com o que prescreveu o próprio profeta quando diz..., Quem deu crédito à nossa pregação? [...] nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. ** [Era] desprezado e o mais indigno entre os homens, [...] como um de quem os homens escondiam o rosto, [era] desprezado, e não fizemos dele caso algum. (Is. 53:1 a 3) nota-se que, mesmo diante de todas as operações de maravilhas e milagres por Ele realizado, em apenas três anos durante os quais, sempre sob a ira dos religiosos dos seus dias, logo que se apresentou a oportunidade, vilipendiaram-no, surraram-no e mataram-no. E não é porque [tinha que ser assim] que isso ganhe relevância, quando os mesmos que foram por Ele abençoados o desprezaram.
Justamente daqui procede e se estabelece que, toda essa “maravilha das vitrines” do sistema religioso evangélico atual, se consolida sobre fulcros e vigas esfaceladas nos princípios quebrados. Jesus e o seu querer são irrelevantes.
Então a religião que, da etimologia do vocábulo existe exclusivamente para dar evidência aquele a quem agora repudia, por força de circunstância mostra-o sob o prisma das vontades humanas, através de um evangelho antropocêntrico, do qual a propósta é estabelecer o hedonismo como o padrão a ser adotado por regra de fé, quando então, da não satisfação das vontades, as gentes perambulam nesse meio, buscando a porta ou abertura que ofereça a maior elasticidade e cuja “vitrine” indique as melhores possibilidades para enlevo do ego, o que, tal qual uma teia de aranha, apanha os incautos de corações vazios, ocos e carentes da presença de Deus, de quem os representantes na terra se esqueceram, voltando-lhe às costas optando pela satisfação da própria concupiscência, em demérito das inúmeras advertências prescritas, entre as quais..., Ml. 2:8 Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. ** 9 Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.
CONCLUSÃO
Não é porque os defensores de princípios quebrados e de vigas fragmentadas, que fazem apologia à flexibilidade de acesso, impõem demérito à pregação da reconstrução dos alicerces, quando tentam desestabilizar os “Esdras e Neemias” contemporâneos, inferindo-lhe adjetivos de insignificância por inexpressividade institucional, que estes devam acovardar-se.
Instituição religiosa não significa infalibilidade, por mais bem estabelecida e próspera que aparentemente seja. Se os seus mentores não trazem por elemento de fundamentos os critérios preestabelecidos na “planta” da obra, é só mais uma instituição religiosa.
Nota: O termo ‘Religião’ consta no texto sagrado sob duas perspectivas.
Uma destas remete a prática hipócrita para sedar a consciência. - [vã]/ Inútil Tg. 1:26
O outro formato está relacionado à fecundação. - Pura/“Útero” Tg. 1:27.
Muitos há que, para dar consistência a tese..., (“melhor mais uma igreja do que mais um Bar”), dizem..., Jesus não vai perder para o diabo quanto ao número dos salvos, por isso tantas novas instituições, (a maioria surgindo já desprovidas de princípios).
A MULHER E O DRAGÃO
O texto de Apocalipse 12 relata um evento profético, cujo teor da visão oferece condição para uma alegoria (absolutamente sem pretensão escatológica), quando a mulher grávida é perseguida por um dragão que, da leitura do texto, seu objetivo é especificamente o nascituro. Nota-se também que apenas o recém-nascido é arrebatado para junto de Deus, e não a mulher grávida, quando só então o dragão se volta definitivamente contra ela.
Da alegoria para os objetivos aqui propostos, é possível dizer que a mulher grávida, com todos os paramentos e elementos descritos ilustram a religião/mãe. O nascituro alude à verdadeira igreja que será arrebatada. Logo é possível traçar um perfil de comparação com uma situação de parto natural, quando não é necessária muita sapiência para entender que independente de tamanho e peso da gestante, o nenê nascerá de acordo com os padrões da normalidade, o que corresponderia a cinco ou seis por cento da massa corpórea da mãe.
A titulo de exemplo (simplório); Rm. 9:27 [...] Ainda que o número dos filhos d’Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.
O conjunto, (que não pretende ser escatológico), desmente o conceito “Jesus não vai perder para o diabo”.
Deus é absoluto em Onipresença – Onisciência – Onipotência. Não cabe comparar a criatura ao Criador que, pela importância do papel da (Mãe/Religião reconhecida no “DNA” * Jo. 1:12) na historia da humanidade, em tempo integral, antes e depois do parto protegerá a mulher que só dará à luz o filho quando este houver atingido o estado completo de nascituro, independente do tamanho da “mãe/religião”.
DA ALEGORIA
Logo, pertencer a uma religião não é necessariamente sinônimo de ser salvo. Qualquer “célula” no organismo da “gestante” que não estiver compondo o feto mergulhado em fluído aminoácido, envolto pela placenta involucrada na membrana que torna o conjunto menos exposto aos elementos externos, é apenas religião e não será arrebatada.
Apesar de o pensamento parecer inconsistente, pretende dizer que a religião na figura de uma mãe gestante, existe para que um filho seja gerado. Por esta razão o Pai protege a gestante enquanto a antiga serpente a persegue. Para ambos, o objetivo é o nascituro.
As dimensões da estrutura física da grávida são os reflexos das proporções naturais acrescidos de gordura de gestantes e até de inchaço, mas, continua sendo apenas a grávida.
E se somente o bebê é “arrebatado” para o trono de Deus, tudo está no seu devido lugar e..., Jesus não perdeu para o diabo.
Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.
Lc. 12:32
Então, irmãos, estai [firmes] e retende as tradições que vos foram ensinadas,
seja por palavra, seja por epístola nossa.
2 Ts 2:15
by: Oceano Ramos Corrêa Junior
Pastor Presidente da IEBSH